Colóquios põem os portuenses a refletir sobre a sua identidade
A IMPORTÂNCIA DO VINHO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADE DO PORTO
Prof. António Barros Cardoso em palestra na Reitoria da UP sobre a identidade portuense
“O Porto do Vinho” é o título da sessão que terá início pelas 18h do dia 1 de março (sexta-feira), na Sala do Fundo Antigo da Reitoria da Universidade do Porto (Praça de Gomes Teixeira), a cargo do Prof. António Barros Cardoso.
Como se passou do vinho ao Vinho do Porto e como se gerou a complementaridade entre o Douro e a cidade do Porto serão alguns dos temas em análise na palestra de António Barros Cardoso, historiador e professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Para o especialista na história da vinha e do vinho, essa relação tem a sua génese na Idade Média e desenvolve-se no período compreendido entre os séculos XVI e XIX. Neste contexto, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, fundada pelo Marquês de Pombal, desempenhou um papel fundamental, nomeadamente na fixação do quadro regulamentar da região vinhateira demarcada mais antiga do mundo. Para o saber-fazer dos Vinhos do Porto não se pode também descurar o contributo dos estrangeiros.
Nas cerca de 2 horas da sessão, António Barros Cardoso terá ainda oportunidade de abordar a herança patrimonial do vinho e responder a questões curiosas como: Onde se podia beber um copo de verde ou de maduro no Porto do século XVIII? Porque, quando se aborda o vinho na cidade, temos que ter presente que o Porto era (e é) uma cidade entre dois mundos vitícolas: o Alto Douro, com o Vinho do Porto, e o Entre Douro e Minho, com o Vinho Verde.
A palestra “O Porto do Vinho” vem no seguimento das sessões “O Porto da Tradição”, por Helder Pacheco, e “O Porto da Arquitetura”, por Domingos Tavares, realizadas recentemente e integradas no ciclo “Colóquios sobre a Identidade Portuense“.
António Manuel de Barros Cardoso é doutor em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e professor auxiliar na mesma instituição. No plano da investigação histórica, tem-se dedicado a temáticas que vão da história do comércio vinícola no Porto à história do urbanismo portuense, bem como das relações complementares entre a cidade e a Região Demarcada do Douro. É coordenador científico do Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e presidente da Direção da Associação Portuguesa de História da Vinha e do Vinho, para além de ter integrado e dirigido vários projetos, nomeadamente relacionados com o património duriense e o turismo cultural. É autor de 12 livros e de largas dezenas de artigos publicados em revistas especializadas. Recebeu o Prémio de Investigação da Asociación Internacional Historia y Civilización de la Vid y del Vino, de La Rioja, Espanha (2004); o Grau de Cavaleiro, da Confraria do Vinho do Porto (2009); e o Grau de Carreiro, da Confraria dos Enófilos do Douro (2013).
A iniciativa do ciclo “Colóquios sobre a Identidade Portuense” é da empresa Gbliss que realiza percursos culturais pela cidade. Nos últimos cinco anos, a Gbliss já aliciou mais de 1.500 pessoas a participarem nas muitas dezenas de passeios organizados no Grande Porto. Falados em português, são iniciativas concebidas a pensar nos portuenses que querem conhecer melhor a história e o património da sua cidade.
“O Porto do Granito” e o “Porto da Gastronomia” serão os temas que se seguem destes colóquios, sempre ministrados por especialistas na matéria, permitindo aos participantes tomarem contacto com o conhecimento mais recente que se vai produzindo sobre cada tema. O ciclo “Colóquios sobre a Identidade Portuense” conta com o apoio da Universidade do Porto e da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa.
A participação na palestra “O Porto do Vinho” é paga e sujeita a inscrição prévia.